sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A ORSSE ANTES DE SER DO BRASIL, É SERGIPANA

Ela nasceu na década de 80, há quase 30 anos, acanhada, esforçava-se para crescer e virar artista. Com passos lentos, ainda criança cambaleava, tropeçava e caía, mas naturalmente com sua vontade, se reerguia. Hoje, a jovem Orquestra Sinfônica de Sergipe crescida e encorpada, brilha e solta sua voz como ninguém. Suas interpretações explodem e ecoam nos orgulhosos ouvidos sergipanos. Sim, orgulhosos daquela tímida orquestra com dificuldades de caminhar, que floresceu em um cenário antes ríspido e hoje afável e criterioso da cultura em nosso Estado.


A ORSSE deixou todos os presentes boquiabertos em sua apresentação do dia 18 de junho de 2009, em comemoração ao ano da França no Brasil. A noite no Teatro Tobias Barreto cravou um marco na história de vida da sinfônica. Não apenas pela presença do regente e compositor françês, Michel Legrand digno de aplausos em pé. O mestre das batutas cantava com sua voz meiga ao dedilhar o piano, assim como regia a Orquestra Sinfônica numa astúcia excitante. A harpista Catherine Michel, também com suas mãos habilidosas, extraía sons delirantes de seu peculiar instrumento, numa leveza de algodão. Entretanto, outra cena de arrebatar olhos e ouvidos: os músicos da orquestra pareciam bailar no palco. O amor em uníssono pela música dos instrumentistas sergipanos inebriou os expectadores com suas impetuosas melodias. Um verdadeiro espetáculo!


Na certeza de que em sua primeira excursão nacional ocorrida há um mês, a Turnê Brasil, a Sinfônica Sergipana foi aclamada com respeito e serviu como um remédio para os tímpanos dos amantes da boa música, que tiveram o privilégio de ouvi-la. Mas o orgulho maior, é que o nosso Estado, pequeno geograficamente e tímido, ainda com poucas barreiras culturais, mostrou não para o turista, nem para outros Estados o que Sergipe tem de melhor, mas mostrou sim, a nós mesmos, sergipanos, a sua grandeza artística, o que por algumas vezes...duvidamos.


Sergipe, com a sua Orquestra Sinfônica, transborda cultura, exala sua arte, sua alma, seu sangue competente, persistente e que há alguns períodos de sua existência passou adormecida e sem consistência. A ORSSE está alcançando palcos nacionais e quem sabe não alcançará vôos internacionais? Seu gabarito é digno para isso, só lhe faltam oportunidades, mas estas virão no tempo certo, com o aprendizado certo. E sabe o que é melhor? É que porventura recursos financeiros, incentivos ou apoios culturais podem diminuir ou até faltarem, mas o exímio acervo de conhecimento e experiência que a nossa Orquestra Sinfônica de Sergipe tem, ninguém nos tira.




Um comentário:

  1. Belo texto Tíffany, parabéns. Foi mais ou menos essa emoçao que tive nesse momento, que nunca irei esquecer.
    Guilherme Mannis

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