sexta-feira, 2 de julho de 2010

Que poder é esse? Quem é ela?

Que poder é esse? Quem é ela?

Homenagem à mãe da autora.

Olhinhos puxados, cabelos curtos e aloirados e caminhar ágil. Alguém conhece essa aí? Era branquinha, mas agora é douradinha de praia. Continua baixinha como nasceu, mas agora mais experiente, velha não, madura! Antes quando todos estávamos sob suas asinhas, éramos controlados, mesmo que com seu dia-a-dia agitado, voltado para a medicina...acho que ela sabia mais como estávamos pelo pensamento, de tão ocupada que era. Advinha? Não! Confiante em sua criação! Tudo estaria sob o controle feminino dela...

- Ave mãe você quer saber de tudo, vou sair pra algum lugar, depois te conto!

E ela nem esperava a gente acordar, entrava em nosso quarto, sentava ao lado do nosso corpo moído de uma noitada divertida e dizia:

- Como é que foi lá? Foi bom? Fulano foi? Você não bebeu não não foi?

Isso para saber de todas as nossas peripércias, aproveitando o soninho da gente, para contarmos tudo e não escondermos nada. Nossa! Como isso incomodava! Queríamos dormir e ela nos impedia de continuar os nossos sonhos...

Hoje estamos fora de casa. Seu poder parece que acabou. PARECE? É lógico que ... estamos livres, independentes, com nossas vidas, filhos, distância. Vou provar que seu poder por nós acabou! Duvida?

Hoje, em casas diferentes, trabalhamos o dia todo, mal temos tempo de falarmos com ela. Mas...o telefone celular ameniza a saudade de ouvir sua voz.

Hoje, queremos raramente sair com os amigos, porque a amizade se distanciou não foi? Sabe com quem saímos? O desejo de bater um papinho, fuxicar, contar nosso problemas, não é mais para “os amigos de infância” e sim para os nossos VELHOS AMIGOS PREFERIDOS, e sabe para quê? Para fazermos aquele happy hour divertidíssimo, com PAINHO E MAINHA! Ah e temos direito “aquela” cervejinha gelada e tudo. Quem diria hein? Mamy toma dez mil cocas zero e sai bêbada! Meu pai, um suquinho de uva e também sai trêbado. Sabem de quê? De felicidade, de prazer, em estamos um com outro. Do valor que damos um ao outro, mesmo diante de ferrenhas discussões por pequenos causos...

Alguém já viu fulana gazear aula? Pois é agora ela gazeia sim as vezes e com muito prazer ...sabe para que? Para dar uma relaxada com os VELHOS AMIGOS (Mamy e Papy). Contar problemas, bater aquele papinho e até fuxicar. Segundo ela, nunca viu um happy hour melhor que esse!

A gente cria até desculpa de desejos de comer queijo e vinho para nos juntarmos em uma boa farra: Contarmos nossos cotidianos (aqueles que quando mais jovens ODIÁVAMOS falar pra ela! Hoje a gente sente a necessidade disso, de chegar em casa, tomar aquele banho revigorante, pegarmos o celular e “bater o fio” pra quem? Exatamente: PRA ELA! Se não contarmos, aparece um mal humor, uma vaziiiiiiioooooo...

Voltando ao poder de mãe me explica uma coisa? Como é que pode trocamos nossas “jovens vidas agitadas” pelo boa conversa por telefone, em casa, em baladinhas de fim de tarde, ou até jantares noturnos ” com a nossa MÃE?

Eu hein? Esse poder é estranho mesmo! Tem vezes que a gente está cansado e ELA, insiste em nos encontrar em tal lugar, ou até mesmo em casa. A gente cansado do dia-a-dia, cuidando dos nossos, até mesmo surrados de impaciência, cedemos ao célebre pedido e acabamos no lar dela, mesmo que com pressa! Até mesmo um objeto esquecido em seu cantinho, é motivo da gente, mesmo estando na nossa casa, trocarmos de roupa, calçarmos o chinelinho (doido para uma boa cama) nos dirigirmos para sua casa, aliás, para a NOSSA CASA! A casa que tem os nossos cantinhos, os nossos cheirinhos, os nossos filhinhos, os nossos sobrinhos, as nossas mágoas, as nossas lembranças, a nossa piscina, os nosso copos, as nossas fotos, e tantas outras coisinhas só nossas...

Que poder é esse hein? Não sei não. Um dia vou saber! Só sei que essa união, quero que permaneça por mais zilhões de anos e até quem sabe em outras vidas entre nós, personagens de uma longa historinha. Agora somos adultos, independentes, com caminhos traçados, mas... só tem uma coisinha: somos completamente conscientes da dependência desse poder maternal que só nós (filhos) sabemos e achávamos que tinha acabado. Acabou que nada! Só fez aumentar!

Ah! Só para esclarecer, os nossos “amigos de infância” são exatamente os mesmos: ELA E ELE que em todas as horas nos conduziram para o melhor: Nosso Pai e Nossa Mãe. Vale lembrar que somos providos do melhor privilégio do mundo: A NOSSA MÃE É A NOSSA MELHOR AMIGA! Saímos de sua casa, mas não de seus cuidados. Ela continua a nos aconselhar, nos guiar. O que antes não queríamos contar, hoje sentimos necessiade de dividir nossas vidas com ela, NOSSA MÃE, PEQUENA, DE OLHOS PUXADOS, CABELOS ALOIRADOS, ERA BRANQUINHA, AGORA BRONZEADA, continua a mesma só que mais velha, saímos de sua casa, mas não do seu poder.

Hoje imploramos para dia ser mais longo e agendarmos quem sabe um happy hour com ela, só para matar a saudade e contarmos por vontade própria, nossas coisas que até mesmo ela hoje, tem o direito de não ouvir, mas ouve com a mesma paciência de sempre. Perceberam o poder? Quem é essa BAIXINHA, DE OLHOS PUXADOS, CABELOS CURTOS E ALOIRADOS, ERA BRANQUINHA, AGORA É BRONZEADA QUE AINDA TEM O PODER DE NOS GUIAR?

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